Por Bruno Benigno
São Paulo - Em uma questão de saúde que suscita dúvidas e preocupações constantes, muitos homens se perguntam em que estágio o câncer de próstata se torna incurável. Como especialista no tratamento dessa doença, busco esclarecer essa questão de forma direta e precisa.
A resposta é clara: o câncer de próstata se torna incurável a partir do momento em que a doença ultrapassa as fronteiras da próstata, se espalha pela corrente sanguínea e invade a circulação linfática, alcançando outros órgãos. Nesse cenário, o controle da doença e a completa erradicação das células cancerígenas tornam-se desafiadores, ou seja, a cura se torna impossível. No entanto, essa é apenas uma parte da história.
A boa notícia é que mesmo em estágios avançados, nos quais ocorrem metástases, é possível controlar o crescimento do câncer por meio do uso de medicamentos que bloqueiam a testosterona, hormônio que estimula o desenvolvimento da próstata. Diversas drogas são capazes de desempenhar essa função, e, em alguns casos, a quimioterapia também pode ser associada ao tratamento. Mas vamos aprofundar esse assunto posteriormente.
Antes disso, gostaria que você me acompanhasse até o final deste artigo. Sou Bruno Benigno, urologista, uro-oncologista e diretor da Clínica Uro Onco, além de ser um dos especialistas em câncer de próstata do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, localizado em São Paulo.
Para entender melhor o câncer de próstata, é importante conhecer os cinco estágios pelos quais a doença pode passar. O primeiro estágio é caracterizado pela doença localizada, restrita apenas à próstata. No segundo estágio, o câncer invade a cápsula prostática. No terceiro estágio, além de romper a cápsula, a doença se aloja nos linfonodos, também conhecidos como ínguas, que cercam a próstata.
O quarto estágio é alcançado quando o câncer atinge os ossos, momento em que a metástase se desenvolve completamente. A partir desse ponto, a cura se torna impossível. Por fim, o quinto estágio ocorre quando o câncer se dissemina para outros órgãos do corpo, como fígado, baço, bexiga e outros.
Como determinamos em qual estágio a doença se encontra? Existem algumas formas. A biópsia é a primeira delas, permitindo avaliar a agressividade do câncer. Em seguida, realizamos uma ressonância magnética para detectar a presença de linfonodos fora da próstata e verificar se houve ruptura da cápsula. O terceiro exame é a cintilografia óssea, que mapeia todo o esqueleto em busca de focos de metástase nos ossos.
Recentemente, um exame chamado PET-SCAN, utilizando uma molécula específica para o câncer de próstata, chamada PSMA, tem sido utilizado. Essa molécula apresenta alta afinidade e se liga com intensidade às células cancerígenas, permitindo ao médico identificar focos muito pequenos que não foram detectados pela cintilografia óssea.
No tratamento do câncer de próstata localizado e localmente avançado, as opções básicas são a cirurgia e a radioterapia. Esses tratamentos têm o objetivo de erradicar e destruir praticamente todas as células cancerígenas. No entanto, em cerca de 20 a 30% dos casos, podem permanecer pequenas células em forma de semente, que podem se reativar no futuro e fazer com que o câncer volte a crescer no organismo.
Nessas situações, é possível realizar um tratamento de resgate. Por exemplo, se um homem passou por uma cirurgia de próstata em 2023 e, após quatro anos, essas células se reativarem, uma radioterapia pode ser indicada. O mesmo princípio se aplica ao inverso: se uma radioterapia foi realizada inicialmente e, após alguns anos, a doença voltar a crescer, uma cirurgia de resgate pode ser considerada.
No caso de homens com metástases, o tratamento difere significativamente. Geralmente, a próstata não é removida nesses casos. Em vez disso, utilizamos bloqueadores de testosterona, hormônio responsável pelo crescimento da próstata. Além disso, a quimioterapia e, em alguns casos, a radioterapia podem ser aplicadas tanto na próstata quanto nos focos de metástase. É importante ressaltar que o tratamento para homens com metástases é mais complexo e prolongado do que para aqueles com a doença localizada.
Encerro aqui com uma mensagem final. Se você é um homem com mais de 45 anos, é fundamental que consulte um médico urologista regularmente. O câncer de próstata é bastante comum e, na maioria das vezes, não apresenta sintomas evidentes. Realizar o exame de PSA e o toque retal são práticas essenciais para o diagnóstico precoce. Caso o urologista suspeite de câncer de próstata, é provável que seja solicitada uma biópsia.
Espero que essas informações tenham sido úteis. Se desejar saber mais sobre nosso trabalho, visite nosso site www.clinicauroonco.com.br ou siga-nos no Instagram @Dr_Benigno. Será um prazer interagir com você e responder suas perguntas. Agradeço novamente pela sua atenção e até a próxima!
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