O paciente que coloca Duplo J pode trabalhar?
Sim. A única recomendação mais ‘’relevante’’ é que, depois da colocação do cateter, o paciente mantenha um repouso de 24 horas e tome bastante água.
É importante lembrar que a colocação do cateter duplo J é um procedimento que não envolve nenhuma incisão, não tem nenhum corte, é totalmente feito pelo canal por endoscopia, mas como é um dispositivo ‘’estranho’’ no seu corpo, é indicado que mantenha um repouso relativo e evite muitas atividades atividades físicas intensas até a retirada do cateter, porém, pode voltar a trabalhar normalmente,
Cálculo Renal entra no quesito comorbidade?
Sim. o ideal é que a pessoa não passe por múltiplas cirurgias para tratamento do cálculo renal. Segundo o Dr. Bruno Benigno (CRM SP 126265), urologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e diretor da Clínica Uro Onco, o que é possível fazer é:
Analisar a composição das pedras que foram retiradas do seu rim na cirurgia anterior.
Fazer um exame de urina de 24 horas.
Com essas informações é possível estabelecer quais alterações existem na sua urina e o que os urologistas podem corrigir, por exemplo, ácido úrico aumentado, cálcio em excesso na urina, pouco oxalato, pouco citrato.
Alterações essas que podem aumentar o risco de desenvolver um cálculo renal.
O ideal é que seja feito o acompanhamento preventivo, para evitar com que múltiplas cirurgias repetidas sejam realizadas.
Cálculo Renal no ureter: Existe a possibilidade da pedra não descer pela bexiga e não ser eliminada pela urina?
O cálculo no ureter, que é o canalzinho fino que liga o rim até a bexiga, tem grandes chances de eliminar o cálculo pela urina (em torno de oitenta por cento). Esse valor vale para pedras de até 7mm.
Segundo o Dr. Bruno, o importante a se fazer é ir ao médico, realizar o ultrassom e com isso o paciente terá todas as orientações médicas adequadas. Mas, tomar bastante água é muito importante, como manter um repouso relativo, evitar atividade física intensa e observar sintomas como febre, calafrios, mal-estar e dores nas costas excessivas, pois não deveriam ocorrer.
De preferência, urinar em um ‘’potezinho’’ é uma boa opção pois permite observar se a pedra de fato será eliminada ou não.
Resumindo: é grande a chance da pedra ser eliminada. Existem medicações como a tansulosina que podem ser utilizadas e que funcionam como um dilatador do canal, aumentando em média três vezes a chance do cálculo ser eliminado de forma natural.
É normal sangue saindo na urina após a colocação do Cateter Duplo J?
É normal. Todos que usam o cateter duplo J podem ter esse ‘’sintoma’’ pois, por ser um corpo estranho na bexiga, pode acabar machucando a mucosa, o revestimento interno da bexiga que é muito delicado e é semelhante ao da cavidade oral da boca.
Então, o cateter neste local se apresenta como um corpo estranho, provocando um pequeno sangramento.
É comum também o paciente sentir vontade de urinar muito excessivamente e ir várias vezes ao banheiro, sensação de que não esvaziou a bexiga completamente e uma urgência miccional.
Vontade de urinar constantemente: tem relação com pedras nos rins?
Muito provavelmente não. O cálculo renal não costuma causar nenhum sintoma.
Possivelmente essa sensação pode ser uma cistite ou mesmo uma infecção urinária.
Nesse caso, o que deve ser feito é procurar uma assistência médica, fazer um exame de urina para ver se tem alguma bactéria, uma infecção e fazer um ultrassom se for necessário, para ver se existe alguma pedra que migrou do rim em direção à bexiga, ou se é simplesmente uma infecção urinária.
Dor lombar se encaixa em sintomas de pedras nos rins?
Quando as pedras nos rins causam dor, simplesmente ocorre pela migração (saída do cálculo de dentro do rim) em direção ao ureter. Isso entope o fluxo de urina e gera o aumento da pressão do rim.
Para diferenciar uma dor lombar de uma cólica renal:
A dor de cólica renal fica mais para um lado só, ou seja, ou mais para o lado direito, ou mais para o lado esquerdo. A dor lombar geralmente é uma dor que vem no ‘’meio’’
A dor de cólica renal é muito intensa e extenuante. O paciente geralmente tem cólica, náusea, vômitos, não tem posição adequada para ficar confortável e precisa procurar ajuda de urgência. Já a dor de uma lombalgia simples normalmente não tem essa intensidade tão forte, é aquela ‘’dorzinha’’ que vai crescendo, às vezes amanhece e está um pouco mais desconfortável e, geralmente, está associada ao movimento.
De forma prática, a dor de da lombalgia costuma ser uma dor mais crônica insidiosa, já dor de cólica renal não.
Para diferenciar uma da outra são indicados pelo Dr. Benigno: exames de imagem, ultrassom, tomografia, exame físico e passar com um médico para uma avaliação da coluna e musculatura, conseguindo diferenciar mais facilmente cada tipo de dor e suas causas.
Todas essas questões apresentadas no texto foram retiradas de um vídeo do canal do Dr. Bruno Benigno, baseadas em dúvidas recorrentes de pacientes. Para assistir o vídeo completo ou aproveitar para sanar outras dúvidas também, acesse:
Escrito por: Sofia Carnavalli | Assessoria de Imprensa
do Dr. Bruno Benigno (CRM SP 126265).
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