Hiperplasia benigna da próstata é o termo usado para definir o aumento progressivo no volume da próstata com o passar das décadas. Esta condição aumenta sua incidência a partir dos quarenta anos e os sintomas tendem a se intensificar com a idade.
Jato urinário fraco, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, urgência para urinar, muitas micções durante a noite e infecções de urina são os sintomas mais comuns.
A base do tratamento nos dias atuais consiste na utilização de medicações que diminuem e retardam o crescimento da próstata (finasterida e dutasterida), assim como drogas que relaxam a musculatura na área de esvaziamento da bexiga(tansulosina e doxazosina) (1)
A intensidade dos sintomas varia de homem para homem e é comum a ocorrência de períodos intercalados de melhora e piora dos sintomas, o que muitas vezes faz com que os homens demorem a procurar ajuda especializada pelo seu urologista.
O problema é que até 50% dos homens que iniciam o tratamento com medicações acabam observando uma piora progressiva dos sintomas em um intervalo de até 6 anos. Isto leva à necessidade de procedimentos cirúrgicos que visam a redução do volume da próstata.
A cirurgia mais conhecida é a RTU de próstata, sigla para Ressecção Transuretral da Próstata, conhecida popularmente como "raspagem" da próstata. Esta estratégia pode ser usada para homens com próstata de até 100g (volume normal: até 35g)(2,3)
A cirurgia é feita com o paciente sob raqui ou anestesia geral. O urologista utiliza um bisturi (elétrico ou adaptado com uma fibra de laser na ponta) para fazer a raspagem e aspiração do tecido da próstata. Tudo é feito pela uretra do paciente, sem a necessidade de cortes.
Para homens com próstatas maiores que 100g, a cirurgia pela uretra não é recomendada. Neste caso, a abordagem é feita por pequenos cortes abaixo do umbigo, de forma a acessar a próstata pelo abdome do paciente. A cirurgia é feita com o auxílio de uma microcâmera de vídeo ou com o auxílio de um equipamento de braços robóticos.
A embolização de artérias prostáticas consiste em um procedimento pouco invasivo, onde o cirurgião introduz uma fina sonda (cateter) através da pele da virilha do paciente, identifica os vasos sanguíneos que nutrem a parte central da próstata e injetam uma substância capaz de interromper definitivamente a corrente sanguínea naquela área. O resultado é a morte progressiva das células no interior da glândula, levando ao aumento no calibre da uretra (que passa no meio da próstata) e facilitando o esvaziamento da bexiga.
O método ganhou grande visibilidade na mídia com o apelo de ser uma alternativa menos invasiva e menos traumática quando comparada aos métodos tradicionais.
Por outro lado, a aceitação na comunidade médica de urologistas está longe de ser unânime.
Os estudos publicados até o momento consistem em pequenos grupos de pacientes de centros de referência e que até o momento não conseguiram demonstrar a superioridade do método.
Os resultados de curto prazo são animadores e demonstram sua boa tolerabilidade, melhora de sintomas no curto prazo e baixas taxas de complicações.
Os resultados de longo prazo ainda precisam passar pela prova do tempo e serem comparados com os métodos já consagrados, como a RTU de próstata.
Relatos recentes na literatura indicam que a embolização de artérias prostáticas apresentem um melhor nicho de atuação em pacientes com próstata super-volumosas (> 150g), que normalmente seriam encaminhados para uma cirurgia por via abdominal. Um estudo Norte-Americano com 72 pacientes portadores de próstatas volumosas e sintomas severos submetidos à embolização, demonstrou melhora importante na força do jato urinário, qualidade de vida e diminuição do resíduo de urina na bexiga após a micção. Os resultados foram duradouros no período de 24 meses do estudo(4)
Estes dados sugerem que a embolização de artérias prostáticas pode ter um papel ao evitar uma cirurgia abdominal em um grupo seleto de homens(5)
No Brasil, a embolização de artérias prostáticas ainda não é um método amplamente adotado e segue restrita a centros de referência. Os custos elevados, a pequena quantidade de urologistas capacitados para a execução do procedimento e a falta de estudos conclusivos sobre sua superioridade em relação aos métodos tradicionais, são os principais limitantes até o momento.
Nosso grupo considera a embolização de artéria prostáticas nos seguintes casos
homens que recusam os métodos tradicionais
homens em uso de medicações anticoagulantes que não podem ser interrompidas
Homens que sofreram infarto ou AVC nos últimos 6 meses e que não podem parar a anticoagulação
Homens com saúde frágil e com próstata maiores que 180g
Homens que mantêm sangramento urinário de difícil controle originado na próstata, e que já tenham sido submetidos aos métodos tradicionais, como a RTU.
Fica claro que até o momento a embolização das artérias prostáticas não é um método que está pronto para substituir as estratégias tradicionais de tratamento.
Entretanto, certamente representa mais uma ferramenta importante no arsenal de tratamentos que podem ser utilizados de forma individualizada.
Homens com próstatas super-volumosas talvez sejam os que melhor se beneficiem, por evitar a necessidade de uma cirurgia aberta, vídeo ou robótica.
Em seu canal do YouTube, o Dr. Bruno Benigno explica de forma objetiva todos os pontos do procedimento citado acima. Acesse abaixo e confira:
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Dr bruno nao moro em sp e estou ja preparado pra fazer a holep minha prostata tem 100 g e vi esta nova tecnica so que gostaria de saber o preço
e pssivel
obrigado
Boa noite Doutor ouvi dizer wue rtu arrebenta a uretra forcando a passagem da ferramenta tenho medo minha prostata esta com 72g meu medico quer fazer. RTU estou com medo e se eu ficar com incontinencia urinaria? Obrigado.
Qual método não tenham risco de provocar impotência?
Faltou descrever os efeitos colaterais. Qual deles tem o menor risco ou nenhum de provocar impotência?