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Foto do escritorDr. Bruno Benigno

Mitos e Verdades sobre a Anestesia

A anestesia é, basicamente, um procedimento responsável pelo estado de total ausência de dor e outras sensações durante uma operação, exame diagnóstico ou curativo.

Esse método inovou a medicina e os procedimentos médicos pois sua existência permite que os pacientes passem por cirurgias ou pequenos procedimentos sem sentir grandes dores ou angústias, expandindo o desenvolvimento da medicina e da qualidade de vida prevista para a população. (1)



QUEM APLICA A ANESTESIA?


O anestesista é o profissional especializado para este procedimento. Não se tratando apenas de alguém que cursou 6 anos da faculdade de medicina, como uma autoridade no assunto que se especializou por anos para essa exata função. Além de analisar o paciente, escolher o tipo de anestésico ideal, aplicar a anestesia, ele também acompanha a pessoa durante toda a cirurgia, checando sua pressão arterial, pulso, ritmo cardíaco, respiração, temperatura e outras funções orgânicas importantes (2), controlando tudo e monitorando para que o paciente esteja o mais confortável possível e sem nenhum tipo de dor.


Contudo, a anestesia não se resume em apenas um tipo só, existem diversas técnicas diferentes para cada necessidade médica específica. Você conhece elas?


ANESTESIA GERAL


A anestesia geral é uma das mais comumente conhecidas, especificamente pelo tempo que o paciente fica inconsciente (em coma induzido).

Esse procedimento pode ser aplicado via intravenosa ou por inalação, não existindo uma preferência, sempre dependendo das necessidades do paciente, do tipo de cirurgia e dos medicamentos que serão utilizados.

O anestésico age no cérebro, bloqueando o estímulo doloroso. É recomendada para cirurgias longas e complexas - lembrando que não é possível realizar uma cirurgia que retire uma parte de um órgão, por exemplo, com anestesia local, já que é improvável bloquear diferentes camadas e tecidos do organismos apenas com anestésicos locais (3) - cirurgias plásticas e para áreas do corpo como o abdômen, peito ou cérebro.

Existem pessoas que acreditam que essa seja a anestesia mais perigosa, todavia, é muito pelo contrário, suas complicações são raras e existem anestesistas que até preferem esse método, exatamente por oferecer segurança, facilidade de execução e maior conforto para o paciente e equipe médica. (4) (national 5)

ANESTESIA REGIONAL


De forma resumida, essa técnica visa anestesiar apenas a área do corpo onde acontecerá o procedimento, evitando que o paciente sinta dor. O paciente pode ser sedado ou continuar acordado. Os tipos mais comuns dessa anestesia são:


  • Raquidiana: neste caso, o anestésico é aplicado no líquor, dentro da coluna espinhal. Esse procedimento bloqueia a sensibilidade dos membros inferiores e da parte inferior do abdômen e, têm um tempo de duração máxima, sendo mais recomendado para cirurgias que tenham duração máxima de 3-4 horas. É muito utilizado em cesarianas, cirurgias urológicas e ginecológicas, procedimentos ortopédicos dos membros inferiores, entre outros. Uma vantagem em relação à anestesia peridural, é que ela precisa de pouco anestésico local para fazer efeito. (6)


  • Peridural: é semelhante a citada anteriormente, porém, tem suas particularidades. A anestesia é injetada por uma agulha ou por um cateter (onde o anestésico é administrado durante todo o procedimento) na região peridural, espaço ao redor do canal espinhal, e não atinge o líquor. Uma das duas grandes diferenças é que mesmo após a operação, a anestesia pode continuar sendo utilizada para o controle da dor. É muito utilizada em partos normais, aliviando as contrações da mulher. (3)


  • Bloqueios de nervos: são usados ​​para barrar a dor em uma parte específica. Ao injetar um anestésico local dentro ou ao redor de um nervo ou grupo de nervos exatos, o alívio da dor pode ser encontrado no local certo. Esse tipo de anestesia fornece controle da dor durante e após um procedimento, e está associada a mínimos efeitos colaterais. Exemplos de bloqueios de nervos incluem um bloqueio do nervo do canal adutor para cirurgia do joelho, um bloqueio do nervo interescalênico para cirurgia do ombro e um bloqueio do nervo supraclavicular para cirurgia do braço. (7) (8)



ANESTESIA LOCAL


É o método mais prático dentre os citados e não precisa ser aplicado obrigatoriamente por um anestesista, podendo ser aplicado por outras especialidades por conta própria.

Essa anestesia, feita com a injeção de lidocaína, funciona atingindo lugares menores e mais ‘’simples’’ do corpo, bloqueando a dor em pequenas regiões, como na pele e nos nervos mais superficiais, impedindo que os mesmos consigam enviar sinais dolorosos para o cérebro.

É muito usada em procedimentos odontológicos, em biópsias de pele ou até mesmo antes de aplicar uma outra anestesia para minimizar a dor da agulha, por exemplo. Para ser aplicada, também é possível encontrar seu formato em gel e spray e não precisa de jejum antes do procedimento. (3)


EFEITOS COLATERAIS DA ANESTESIA


Atualmente a anestesia é considerada um procedimento seguro e com raridade apresenta riscos de vida ao paciente. Contudo, devido aos medicamentos, possíveis efeitos colaterais podem aparecer. Em média, eles passam em até 24h após a cirurgia e não são nada comparados à dor que você sentiria no procedimento cirúrgico sem a própria anestesia. (9) Tudo depende do procedimento que será realizado, dos medicamentos e do próprio método anestésico, porém, seguem algumas adversidades possíveis de ocorrer (6):


  • Dor de cabeça.

  • Náuseas e vômitos.

  • Coceira.

  • Incômodo, sensibilidade ou vermelhidão no local onde foi injetada a anestesia.

  • Dor nas costas ou dores musculares.

  • Calafrios.


COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS COM ANESTESIA


As complicações são geralmente derivadas de doenças graves que o paciente já possuía, como problemas cardíacos, renais, hepáticos ou pulmonares em estágio avançado, ou ainda, por complicações da própria cirurgia, como hemorragias ou lesão/falência de órgãos vitais, mas, dificilmente ocasionados pela anestesia.


O QUE FAZER EM CASO DE ALERGIA À ANESTESIA?


Uma angústia muito recorrente de grande parte das pessoas, o medo de ter reações alérgicas à anestesia faz com que vários pacientes fiquem muito ansiosos ou até desistam das cirurgias (9).

A realidade é que não existe alergia à anestesia, e sim a possíveis componentes nela, tendo em vista de que ela é uma combinação de diversos medicamentos, alguns já usados pela população e outros de acesso exclusivo de profissionais.

Nesse caso, é possível ter reação alérgica a algum dos componentes - seja por algum pré-histórico de alergias, hereditariedade etc - o que poderia desencadear até uma reação grave como o choque anafilático em meio a cirurgia. Contudo, em meio ao procedimento terão profissionais capacitados para entender a situação e resolvê-la e, é possível evitar acontecimentos como esse comparecendo a consulta pré-anestésica, onde seriam mapeadas todas as possíveis complicações, pensando em que precauções tomar, que medicamentos usar na situação em questão e com um médico especialista à disposição para tirar todas as dúvidas.



A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA


Antes de qualquer procedimento cirúrgico, não é apenas recomendado como obrigatório passar em uma consulta com um anestesista. O mesmo, que é conhecedor de diversas áreas da medicina para poder administrar algo tão complexo quanto a anestesia (já que não envolve apenas a parte da sedação e de lidar com diversos medicamentos, como também a monitoração durante a cirurgia), cuidará de cada caso individualmente, analisando qual combinação de medicamentos e método é melhor para a sua necessidade, seu histórico cirúrgico, seu estado de saúde e suas dúvidas em relação ao procedimento anestésico e à cirurgia.

Essa avaliação é essencial para o melhor resultado médico possível (10).




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